Florence Welch presta homenagem a David Bowie; Leia trechos traduzidos.
- Patrícia Azeredo e Bruno Vargas
- 7 de out. de 2017
- 3 min de leitura

Florence Welch no photoshoot de How Big How Blue How Beautiful
Imagem: Reprodução Google
Conforme noticiado pelo Florence Brasil, Florence Welch participou de um programa de rádio especial do Serviço Mundial da BBC, a fim de prestar homenagem ao lendário cantor David Bowie, por conta do aniversário de 40 anos do icônico álbum Heroes, segundo da famosa Trilogia de Berlim.
O programa começou por volta das 10 horas da manhã (horário de Brasília), deste sábado (07). Entre os convidados, estavam o produtor Iggy Pop, que morou com Bowie em Berlim durante a gravação de Heroes; Tony Visconti, também produtor; e, claro, Welch, que explorou "os fatores pessoais e musicais que influenciaram a composição e gravação do álbum em Berlim, em 1977", além de expôr a grande influência que Bowie tem em sua vida e carreira.

David Bowie na icônica capa de Heroes
Imagem: Reprodução Google
Abaixo, leia a descrição e tradução dos principais pontos da entrevista, que durou pouco mais de cinquenta minutos:
Florence abre o documentário, dizendo: “David Bowie foi um dos astros do rock mais visionários e influentes de sua geração. Tanto musicalmente quando visualmente, o impacto dele foi imenso", e continua: “David Bowie sempre foi uma presença importante na minha vida. Ele tinha uma posição fundamental pra mim, quase como se fosse um parente.”
A cantora detalha a influência de David Bowie: “Ele influenciou todos os aspectos da minha carreira. Em todos os meus álbuns tem algo em que procurei Bowie como fonte de inspiração. Nas roupas... E quando eu estava ficando famosa, senti que precisava ser totalmente absorvida por uma personagem como forma de proteção [...] Eu me voltei para o Bowie para ver como ele criou a própria imagem.”
Sobre o álbum “Low” do Bowie, Florence analisa: “Senti que ele precisava tirar os personagens porque era basicamente um contador de histórias. E ele foi autêntico em Berlim. Era como se ele usasse a ideia de baixa [“low,” em inglês] para descobrir quem ele era de verdade. Foi preciso descer até o fundo do poço para descobrir quem ele realmente era.”
Sobre o álbum “Heroes,” Welch comenta: “Bowie gravou o som das ruas, então a energia da cidade está lá em várias camadas diferentes.” Florence pergunta ao produtor do álbum “Heroes”, Tony Visconti: “Como era o Bowie no estúdio? Como ele trabalhava? Começava no piano, com a música vindo primeiro e depois a letra?” O produtor responde: “Bom, ele tocava tanto piano e violão. Em Heroes, ele tocou piano. Mas, às vezes, ele levava uma fita com alguma demo feita no piano ou violão com voz e a gente sentava para escrever as mudanças de acordes no papel.”
Visconti continua: “Quando você tem uma mente hiperativa, o estúdio te dá foco e te deixa ocupado. Quando você sai do estúdo é que é o problema.” Ao que Florence responde com um empolgado “SIM!”
Florence também comenta: “Dá para notar [no álbum “Heroes”] essa vivacidade e presença. [Do clima de Berlim no pós-guerra e na Guerra Fria] O que você realmente quer de uma obra de arte é que ela te traga para o presente e faça você entender que esse pode ser o seu último dia na Terra e que há beleza aqui.”
Em uma entrevista antiga, Bowie conta como foi importante descobrir que era possível compor sem usar drogas. “Não é preciso ficar doidão para criar. Se você é um bom compositor, vai conseguir compor. Isso é maravilhoso [...] Foi bom ver uma luz no fim de túnel que não era outro trem.”
Florence resume: “A música de David desafiou e mudou as pessoas. E o álbum ‘Heroes’ é uma das obras mais visionárias de sua carreira, influenciando várias gerações de músicos, produtores e artistas. A inventidade e a força desta obra ainda vão inspirar muitos outros.”
Quando Tony Visconti falou que a influência de Bowie é sentida até hoje, Florence confirmou: “Nós escrevemos um bilhete em post-it e colamos na mesa de mixagem do meu último álbum [How Big, How Blue, How Beautiful], dizendo: ‘O que Bowie faria?’”
O áudio completo da entrevista ficará disponível, durante 27 dias, no site oficial do Serviço Mundial da BBC.
Tradução: Patrícia Azeredo.