Florence em imagem promocional do High As Hope
Imagem: Reprodução Google/AG Rojas
Ontem (10), Florence cedeu uma entrevista à rádio 104.3 The Shark, do Sul da Flórida. Abaixo, leia a tradução:
Will: Oi, Florence, tudo bom?
Florence: Oi Will. Tudo bem, e você?
Will: Tudo ótimo! Obrigada por se juntar a mim hoje.
Florence: É um prazer.
Will: Então vamos lá. 29 de junho é o dia do lançamento do álbum “High as Hope”, quase três anos depois do “How Big, How Blue, How Beautiful”. Eu ouvi dizer que o processo de composição foi totalmente diferente dessa vez porque você decidiu evitar o álcool. O que te levou a fazer essa mudança na sua vida?
Florence: É... (rindo) Todo tipo de desastre.
Will: O que mudou de imediato, Florence?
Florence: Acho que tenho outra energia. Isso funcionava no palco e pode funcionar pra fazer músicas, mas quando você joga álcool e outras coisas na mistura, vai causar um estrago e eu não tinha muito controle sobre o que poderia acontecer. Então foi uma escolha de autopreservação. Eu descobri que era muito exaustivo e o que começou como diversão parou de ser divertido.
Will: Em uma das entrevistas você falou sobre uma falsa crença que beber te deixava mais criativa.
Florence: É, eu realmente tinha isso. Porque compus muitas das minhas primeiras músicas... Quer dizer, eu era uma garota assustada, criada na região sul de Londres e tinha toda essa cena da escola de arte, com muitas festas da faculdade e festas em prédios invadidos. A minha educação musical foi essa, vendo bandas tocarem nas festas e nos clubes. Você podia fazer show toda noite, mas todo mundo estava sempre doidão, então eu pensei: “Ah, então é assim que se faz um bom show, é assim que se faz música.” Foi assim que eu aprendi. Tem alguma coisa na ressaca que te deixa meio fora do corpo e eu achava bom pra fazer música (rindo). Mas o bom de fazer esse álbum é que com tempo, rotina e meditação, eu descobri que a minha criatividade estava sempre lá e não dependia de nenhum drama ou da bebida, ela existia independente disso. Na verdade, o canal ficou até mais claro. O álbum anterior, “How Big How Blue”, foi no fim desse processo, quando já não era mais divertido e eu estava triste o tempo todo. As músicas do “How Big How Blue” me ajudaram demais, mas foram muito difíceis de compor, foi um processo muito doloroso. Já esse álbum foi uma alegria, a criatividade estava livre. Eu tinha espaço para pensar com clareza, sabe?
Will: Você cresceu, não é isso? Esse álbum representa a sua maioridade, digamos assim.
Florence: (risos) É isso, talvez eu tenha crescido.
Will: (risos) Por falar nisso, você obviamente faz muitas turnês. Eu sei que pode ser exaustivo pra muitos artistas, mas eles adoram a sensação de estar no palco e a energia que recebem do público. Você gosta disso?
Florence: Eu amo fazer shows. Adoro me conectar com a plateia. Geralmente o show é o momento em que as coisas que não fazem sentido na minha vida funcionam, como ser supersensível e desajeitada. De alguma forma eu consigo fazer tudo isso dar certo no palco. Mas eu não sou uma viajante natural, sou uma pessoa muito caseira e agora que cresci um pouco eu gosto de ter uma rotina, estar em casa e ter uma vida relativamente tranquila. É difícil conseguir o equilíbrio, mas eu tento ter uma rotina para sobreviver às turnês.
Will: Eu preciso te dizer que trabalho numa rádio com muitas mulheres e quando elas descobriram que eu ia te entrevistar, ficaram com muita inveja. Então eu pedi que elas fizessem uma pergunta para poderem participar também. Nossa locutora da manhã, Ashley, quer saber se fazer shows descalça acaba com os seus pés.
Florence: Ah, eles agora estão bem, já estão acostumados. Eu só machuquei o pé quando pulei do palco, enquanto eu estou nele não tem problema. Eles estão relativamente bem. Pensando bem, talvez eles não estejam, mas são pés de bailarina agora, já estão preparados.
Will: Ah, então eles já são calejados e não tem problema?
Florence: (rindo) Eles não são bonitos.
Will: (risos) Vamos entrar em um território estranho, agora. Nossa locutora do meio-dia, Deena, quer trocar cartas com você, porque ela acha que você não mandaria cartas comuns, mas incluiria desenhos e recortes de revistas.
Florence: Olha, além do álbum, eu vou lançar um livro de poesia agora em junho que tem tudo isso. Ele se chama “Useless Magic” e vai ter todas as letras, poemas inéditos, trechos dos meus cadernos, desenhos... Ela vai gostar.
Will: Eu vou colocar vocês duas em contato no Twitter pra ela te mandar umas coisas.
Florence: (risos)
Will: Pra encerrar agora, eu sei que você vai abrir o show dos Rolling Stones. Como é isso para você? Qual o seu álbum favorito dos Stones? O meu é “Sticky Fingers”, ouço do início ao fim.
Florence: Olha, é uma honra. Eles são uma das minhas maiores influências. O Mick Jagger é uma das minhas maiores influências em termos de presença de palco. Eu já cantei “Gimme Shelter” com ele e os Stones, há alguns anos, e foi um momento incrível na minha vida. Fiquei com medo que ele notasse o quanto eu tentava imitar o jeito dele (risos).
Will: (risos)
Florence: Foi uma espécie de duelo pra ver quem era mais Jagger.
Will: (rindo) Isso é maravilhoso. Agradeço por ceder um pouco do seu tempo hoje, mas antes de te liberar, preciso dizer que a sua versão de “Tiny Dancer”, no álbum-tributo ao Elton John, é sensacional, eu amei.
Florence: Ah, muito obrigada.
Will: E eu amo a sua música nova, “Hunger” e mal posso esperar o álbum, que sai dia 29 de junho e se chama “High as Hope”. Obrigado, Florence.
Florence: Obrigada por me ouvirem.
Pra quem tiver interesse em ouvir a entrevista em inglês, basta acessar o site da rádio, aqui.