Florence em imagem promocional do HighAs Hope.
Imagem: Reprodução Google/Vincent Haycock
Dando continuidade nas divulgações do HIGH AS HOPE nos EUA, Florence concedeu entrevista para a rádio 94/7 e rádio KROQ 106,7. Leia abaixo a tradução.
Entrevista à rádio 94/7 de Portland, EUA, que está disponível aqui.
Florence: Oi, Pepper!
Pepper: Oi, Florence, como você está hoje?
Florence: Bem, obrigada. E você?
Pepper: Eu estou ótima e muito feliz por falar com você. Obrigada pelo seu tempo.
Florence: O prazer é meu.
Pepper: Eu amo a sua música “Hunger” e estou muito empolgada com o “High as Hope”. Agora que o álbum está pronto e você vai lançá-lo para o mundo, eu estou curiosa pra saber como você se sente em relação a ele, tem algo diferente em relação a esse álbum? Você está nervosa? Está empolgada?
Florence: E o interessante é que esse foi o primeiro que eu coproduzi. Quer dizer, acho que eu sempre coproduzi, mas esse é o primeiro em que eu tenho o título oficial (risos). Esse foi interessante porque tive a mesma sensação de quando fiz o “Lungs”, de não ter expectativa e fazer algo apenas pela alegria de fazer. Então foi quase como fazer o “Lungs”, só que com 10 anos de experiência. Eu fui a um estúdio pequeno em Peckham e trabalhei com um engenheiro por seis meses fazendo as demos do álbum. Era basicamente eu tocando três notas no piano, batendo nas coisas com baquetas, bem parecido com o jeito que compus músicas como “Dog Days” e “Cosmic Love”. Eu sinto que esse álbum veio lá do âmago, mostra como eu me sinto em relação à música. Esse álbum é muito eu. Todos eles são, mas esse parece ser uma versão mais concentrada de mim, eu só não sei se isso é bom ou ruim (risos).
Pepper: (risos). Não, isso parece ótimo e me deixa ainda mais empolgada para ouvir. Por ser algo tão pessoal e algo que fala por você de um jeito que as conversas normais não fazem. Às vezes as palavras parecem significar mais em músicas do que em conversas, se é que isso faz sentido.
Florence: Eu sempre considerei as músicas como o lugar onde eu podia ser totalmente honesta de um jeito que não sabia como ser na vida real. Há uma intimidade na música com a qual eu sempre tive dificuldade na vida. E tem esse pacto estranho entre mim e as pessoas que ouvem a minha música onde, eu digo: “Tá bom, eu continuo dando isso pra vocês guardarem”, então você meio que dá as pessoas às partes de você que são aos piores, de que você tem vergonha e não gosta e elas guardam tudo e cantam junto, então eu me sinto muito sortuda por conseguir fazer isso.
Pepper: Sem dúvida. Acho que isso é que faz as pessoas se identificarem e se ouvirem nas suas músicas. É muito legal.
Florence: Muitas vezes eu... Parece que as minhas músicas mostram que eu tenho a vida toda resolvida, mas eu penso “Acho que eu não estou parecendo muito sã” (risos), mas talvez não tenha problema nisso. É interessante, parece que eu coloco as minhas piores coisas lá. (risos)
Pepper: (risos). Acho que as piores coisas rendem as melhores músicas.
Florence: Nesse álbum tem uma música sobre eu ter sido ignorada por alguém, que leu a minha mensagem e não respondeu e como isso me deixou louca. (risos) Isso me faz parecer muito racional (risos irônicos), mas acho que eu sempre fui assim mesmo...
Pepper: Acho que todo mundo vai se identificar com essa música, sinceramente.
Florence: (rindo)
Pepper: Eu sigo o seu clube do livro no Instagram e fiquei muito feliz ao saber que ele foi inspirado em uma ida à livraria Powell’s, aqui em Portland?
Florence: Sim, sim, foi mesmo! Teve essa menina muito, muito simpática. Eu acho que ela devia ter só uns 13 anos, na época. Eu tirei uma foto da Powell’s e postei no Twitter e ela disse: “Você podia começar um clube do livro.” Então eu respondi: “Sim! Vamos fazer isso!” essa pequena conversa evoluiu e virou uma comunidade de livros maravilhosa na internet. Eu não sou uma pessoa muito boa de tecnologia ou de internet (risos), mas o Between Two Books no instagram é muito importante para mim. Eu adoro me conectar com pessoas sobre livros porque eles são fundamentais na minha vida.
Pepper: Sem dúvida, eu também adoro. As fotos que você publica são lindas e todos os livros são superinteressantes. Adorei que o livro da vez foi indicado pela Fiona Apple. Como isso aconteceu? Vocês se falam com frequência?
Florence: (risos) Ah, meus Deus, esse foi um dos melhores dias da minha vida! Eu sinceramente não posso receber crédito pelo clube do livro, porque todo o trabalho é feito por essas meninas maravilhosas, que organizam tudo enquanto fazem faculdade. É um projeto paralelo e elas são incríveis. O fato de o clube ser gerenciado por fãs é ótimo. Eu procuro as pessoas de quem eu gostaria de receber recomendações para o clube e a Fiona Apple era a número um, mas eu nunca pensei que ela iria... Acho que ela nem sabia quem eu era. Nunca pensei que fosse conseguir falar com ela porque eu sou tão fã, ela é como se fosse uma criatura mística pra mim. Até que um dia eu recebi um e-mail dela e foi como receber um e-mail de Deus. (risos)
Pepper: Eu ia morrer ali mesmo. Falecer. (risos)
Florence: Eu gritei quando vi (risos).
Pepper: (risos) Isso é incrível!
Florence: E ela foi muito simpática. Nós trocamos algumas mensagens de texto. Eu precisei manter a calma porque não queria parecer esquisita (risos).
Pepper: (risos) É compreensível. Você definiu muito bem, ela é uma criatura mística, você não sabe o que esperar...
Florence: Eu sei! Eu não acreditei. “Isso é a minha caixa de entrada? No meu computador?”
Pepper: Bom, agora eu vou ter que ler esse livro. Porque se foi recomendado pela Fiona Apple para o clube do livro da Florence, então obviamente eu vou ter que ler.
Florence: Ele se chama “On Boxing”, da Joyce Carol Oates, e a Fiona disse que leu na oitava série, quando precisou escrever um relatório sobre ele, uma crítica positiva e uma negativa. Ela escreveu um texto lindo explicando por que escolheu esse livro.
Pepper: Pra mim seria a melhor coisa do mundo se vocês duas trabalhassem juntas, fizessem uma colaboração. Eu sei que estou sonhando aqui, mas se você e a Fiona fizessem uma música juntas eu ia simplesmente chorar.
Florence: (risos). Quem sabe? Quem sabe? (risos)
Pepper: Eu vou fazer com que isso aconteça jogando para o universo...
Florence: Nós usamos muitos emojis nessas mensagens (risos).
Pepper: Bom, parabéns pelo novo álbum e, mais uma vez, obrigada por reservar um tempinho para falar comigo.
Florence: Muito obrigada.
Pepper: Foi ótimo.
Florence: Gostei muito de falar com você, Pepper.
Pepper: Que ótimo, tchau.
Florence: Tchau.
Pepper: Eu estava tentando dizer “Te vejo em breve” porque uma pessoa de confiança me falou que a Florence vai vir para a nossa região (Portland, EUA) ainda esse ano. Mas não espalhem por aí que eu falei isso, porque eu não recebi confirmação oficial dela.
Entrevista para o Kevin and Bean Show da rádio KROQ 106,7 da Califórnia, EUA, que pode ser ouvida aqui. (entre os minutos 34:50 e 42:00)
Nota da tradutora: "Eu não consigo identificar qual é a voz do Kevin e qual é a do Bean, por isso coloquei Kevin/Bean independente de quem está falando."
Kevin/Bean: Florence.
Florence: Ah, oi!
Kevin/Bean: (rindo) Oi, Florence, como vai?
Florence: Bem, e você?
Kevin/Bean: Estamos ótimos. Faz dois anos e meio que a gente se falou aqui no Kevin and Bean Show e queremos saber TUDO o que você fez nesse período.
Florence: Ah, peraí. Deixa eu pegar os meus cadernos aqui pra poder contar a vocês.
Kevin/Bean: Tá, não precisa dizer tudo.
Kevin/Bean: Certo. Você estava bem, ocupada, feliz? Dá uma ideia geral do que você andou fazendo desde a última vez que a gente se falou.
Florence: Foi bom. Eu acabei de fazer a turnê do álbum anterior e basicamente voltei pra casa e comecei a fazer esse. Quando entrei no estúdio na região sul de Londres, o engenheiro me olhou e disse: “O que você está fazendo aqui? Você não devia estar descansando?” (risos) Mas eu estava realmente me sentindo pronta para criar. Porque quando você está em turnê não dá para criar e isso é uma parte importante da minha vida. É quando eu estou mais feliz, por isso eu estava empolgada pra voltar a trabalhar. Eu basicamente passei seis meses indo de bicicleta para um estúdio na região sul de Londres e fazendo as demos desse álbum. Foi tranquilo e doméstico. Foi bom pra mim.
Kevin/Bean: Tranquilo e doméstico comparado a o que era antes, que era...?
Florence: (risos) Ih! (mais risos) Qual é o total oposto dessas duas palavras? (risos)
Kevin/Bean: Você disse que a sua conexão com a realidade é tênue, na melhor das hipóteses, e agora tudo está bem diferente.
Florence: Quer dizer, está diferente de certa forma. Eu não sei se a minha conexão com a realidade é diferente. Não é que eu seja totalmente doida... Definitivamente a minha imaginação continua no comando, mas os aspectos mais autodestrutivos disso estão um pouco mais controlados.
Kat: Você tinha medo? De que se você não bebesse tanto e não fosse a tantas festas depois que acabasse a turnê as músicas não iam sair tão boas?
Florence: Sim, é interessante e foi engraçado ter começado esse álbum logo depois da turnê, pois o que eu costumava fazer era uma espécie de Olimpíadas da Farra quando a turnê acabava. E quando você ganha medalha de ouro nesse tipo de olimpíada, não é bom. (risos)
Kevin, Bean e Kat: (risos)
Florence: Não é bom mesmo. Você ganha um ataque de pânico e a sua irmã tem que vir até a sua casa e dormir na mesma cama que você. (risos)
Kat: Aaah. (Nota da Tradutora: quase dá pra ouvir a radialista pensando: “Tadinha!”)
Florence: Não é divertido. Mas dessa vez eu soube lidar melhor com essa energia. Estranhamente, quando você volta da turnê tem uma espécie de energia residual que é difícil de acalmar e talvez seja isso que me levava a tantas festas, porque você só quer se divertir. Dessa vez eu voltei direito ao trabalho e me fiz uma pergunta criativa interessante: “Será que a dor e a destruição são importantes para o trabalho?” Eu realmente pensei nisso, mas seja lá qual for o meu espírito criativo, ele ficou muito mais livre quando eu fiquei em paz e cuidei melhor de mim. Esse álbum simplesmente fluiu, foi tão divertido de fazer... Eu tinha mais independência criativa porque conseguia ir de A para B (risos), andando na minha bicicleta.
Kevin/Bean/Kat: (risos).
Florence: Foi muito mais criativo.
Kevin/Bean: A voz que vocês estão ouvindo é da nossa amiga Florence Welch, da Florence + The Machine. Estamos falando do álbum novo, “High As Hope”, que vai sair no dia 29 de junho, uma sexta-feira. Florence, você já lançou duas músicas desse álbum e outras duas que você cantou nos shows recentes foram parar no YouTube. Você se incomoda com isso? Quando as musicas novas vão parar no YouTube antes do lançamento?
Florence: (rindo) Ah, você meio que sabe que isso vai acontecer. Por isso eu escolho bem o que vou apresentar. Eu sei que vai parar na internet. Na verdade, eu fico muito empolgada cantando as músicas novas então não, eu não me importo com isso.
Kevin/Bean: O novo single “Hunger” é uma das melhores músicas que você já compôs. Eu tenho certeza que você já recebeu feedback dos fãs. Tanta gente vai se identificar com isso, é o assunto mais universal sobre o qual você poderia compor, não é?
Florence: Muito obrigada. Olha, eu estou tão comovida com as pessoas... Eu não sabia o que ia acontecer com essa música. Eu sabia que me sentia assim e tinha o instinto que outras pessoas sentiam isso também, mas eu não sabia, sabe? O fato de eu me expor dessa forma e ver as pessoas não só se identificando e ouvindo como cantando junto comigo faz com que eu me sinta muito próxima das pessoas e muito grata. Sinto muita gratidão. Isso fez muito por mim. Eu sinto muita gratidão pelas pessoas.
Kevin/Bean: E quando começou a fazer “Hunger” você não sabia que ia ser um single, era um poema que você escreveu só pra você?
Florence: Sim, eu pensei: “Não dá pra falar isso em voz alta.” (rindo) “De jeito nenhum! Não vou falar isso pra ninguém, não vou mostrar esse poema pra ninguém. Nunca que eu vou colocar isso numa música” e aí... Ooops! (risos)
Kevin/Bean: (risos) É uma música magnífica e vai tocar muito aqui na KROQ. Eu sei que a sua agenda está cheia e a gente agradece a entrevista. Mas antes de te liberar, preciso perguntar: sério, daqui a algumas semanas você e a sua banda vão abrir pros Rolling Stones! Eu vi uma foto sua com o Mick Jagger no palco. Vocês já cantaram juntos?
Florence: Sim, eu tive a honra incrível de cantar “Gimme Shelter” com eles em um show há alguns anos. E foi uma das experiências mais incríveis da minha vida. Eu definitivamente lembro... Eu estava tentando... Porque eu amo tanto o Mick Jagger e me inspiro tanto no estilo dele no palco que pensei “Ai, meu Deus, espero que ele não ache que eu estou tentando ser mais Jagger do que ele!” (risos)
Kevin/Bean: (risos) Bom, a realidade certamente superou os seus sonhos. É inacreditável todas as coisas maravilhosas que estão acontecendo e você merece tudo isso. O show dos Rolling Stones, por sinal, acontece no dia 25 de maio em Londres. Fica a dica para os nossos ouvintes europeus.
Florence também vai estar aqui em Los Angeles, no Walt Disney Hall. Infelizmente os ingressos pra esse show no dia 21 de maio estão esgotados, mas espero que você volte logo para que mais pessoas tenham oportunidade de ver você. Estamos muito empolgados porque você está de volta com músicas novas, Florence.
Florence: Ah, obrigada. Muito obrigada pela entrevista.
Kevin/Bean: Como não amá-la???
Kat: Ela é a melhor.
Kevin/Bean: Tão simpática...
Kevin/Bean: Ah, você se lembra do tempo da Florence, quando ela estava no telefone?
Kevin/Bean: Trinta segundos atrás? Lembro.
Kevin/Bean: É, foi divertido.