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"Não sou o tipo de artista que faz música em um estúdio caseiro", diz Florence à Elle sueca

No início de fevereiro, a revista Elle da Suécia publicou uma entrevista em que Florence fala um pouco sobre a (falta de) inspiração na quarentena, o motivo pelo qual ela não deve voltar a fazer música tão cedo, a nostalgia das viagens e, é claro, do perfume Gucci Bloom e a relação artística com diretor criativo da marca, Alessandro Michele. Tudo isso com várias fotos incríveis!


Como o texto está em sueco, nossa tradução foi feita em cima da tradução para o inglês feita pelo Google Tradutor e também na edição em PDF da revista. Não é o ideal, mas a gente não fala sueco, então foi o que deu para arranjar. Se alguém aí souber o idioma e quiser traduzir, a gente agradece! :))) O texto original da matéria está aqui e nossa tradução está logo abaixo do trio de fotos. Todos os direitos sobre esta tradução estão reservados para o Site Florence Brasil.


Florence Welch x Gucci


Eterno ícone de estilo e cantora aclamada, vestida de Gucci, mas também tomada pela melancolia nesses tempos pandêmicos. A jornalista Carin Hellman da Elle sueca ligou para Florence Welch, líder da Florence + the machine para uma conversa bastante pessoal.


Entrevista exclusiva com Florence Welch sobre vício (em fragrâncias!) e criatividade


Por Carin Hellman

08 de fevereiro de 2021


É como se a energia passasse direto pelo alto-falante. Embora minha conversa com Florence Welch aconteça por meio de uma linha telefônica comum, posso sentir seu calor e presença. Estou sentada no meu quarto em Estocolmo, onde me escondi de duas crianças que estão sem aula no momento, enquanto Florence está vivendo o lockdown em sua casa em Londres.


E para a cantora, que ganhava a vida viajando com sua banda Florence + the Machine, em turnês ao redor do mundo há décadas, este ano foi uma provação incomensurável.


Foto de Lekiewicz Ina


A única forma de começar uma entrevista em 2020/21 é perguntando: como estão a vida e a solidão na quarentena? E como o tempo ficou ainda mais repetitivo?


Florence: Eu já era uma pessoa introvertida antes da quarentena, então isso não fez muita diferença para mim. Mas sim, foi e ainda é um grande desafio. O mais difícil da quarentena é não poder abraçar minha família. Principalmente minha sobrinha de quatro anos, de quem sou próxima. Ela mora perto de mim, mas houve períodos em que só nos víamos à distância e não podíamos nos abraçar. Fiquei completamente arrasada, enquanto ela, por ser criança, provavelmente não achou a experiência tão difícil.


Foto de Lekiewicz Ina


Você consegue ser criativa neste momento?


Florence: Está sendo difícil ser criativa na quarentena. Não dá para compor quando você não tem muita inspiração. É muito difícil compor sobre o que estamos passando, porque ao mesmo tempo que é algo grande demais, também é um pouco "invisível".


Embora a voz suave e o riso contagiante de Florence estejam constantemente presentes durante nossa conversa, ao longo dos anos ela se abriu em relação aos períodos de ansiedade e a dependência de álcool (a cantora está sóbria há sete anos). Muitas das dificuldades que ela viveu foram processadas em letras e músicas e no último álbum High As Hope, no qual ela fala do transtorno alimentar que teve durante a adolescência na música Hunger. Para Florence, desafio aceitar o silêncio e o isolamento vem sendo um desafio.


Florence: Eu tentei compor, mas acabava entrando em um excesso de ansiedade, o que era muito chato. Não sou uma pessoa que se inspira em casa, não sou o tipo de artista que faz música em um estúdio caseiro. Sempre fui uma pessoa que fazia as malas e viajava, então ficar tanto tempo em um só lugar tem sido bem complicado.


Então ainda não podemos dizer que "Os dias de cão acabaram", certo?


Florence: Haha, não… Eu sou uma pensadora, preciso mudar de ambiente e viajar. Aqueles momentos em que estou no avião ou carro apenas olho pela janela e sonhando acordada, é quando estou no meu universo criativo.


Foto de Lekiewicz Ina


Imagino que você esteja lendo bastante no isolamento. Sabemos que você tem um clube do livro, Between Two Books, então qual sua melhor dica literária?


Florence: Eu li muito na quarentena, mas principalmente ensaios e poesia. É como se fosse mais difícil absorver ficção, e os textos curtos fossem fácil de assimilar. Como os ensaios de Zadie Smith, Imitations, que tratam da vida no confinamento. Outra autora de quem gosto muito é a britânica Olivia Laing.


Foto de Lekiewicz Ina


O estilo inimitável de Florence e a estética suave de roupas boêmias foram tão elogiados e premiados quanto sua música. E desde 2019, Florence também faz parte do universo Gucci do designer e criador Alessandro Michele. Um caso de amor estilístico, um "casamento perfeito" em termos estéticos.


Florence: Temos um senso estético tão parecido, acho que nunca conheci alguém como Alessandro com quem posso sentir essa conexão. É como se ele fosse um inglês ruivo, meu alter ego masculino. Somos almas gêmeas forma de pensar sobre beleza, expressão, estilo e estética. Também acho que vemos as coisas da mesma forma. Ambos buscamos a beleza, mas ainda encontramos algo diferente. É uma beleza que também tem elementos de melancolia e escuridão. A beleza não é coisa só, nunca deve ser muito gentil ou bonita.


Florence e Alessandro Michele durante as gravações da campanha do Gucci Bloom Profumo di Fiori (foto sem crédito na matéria original)


A bela campanha para a fragrância Gucci Bloom Profumo di Fiori, da qual você participa junto com Anjelica Houston, entre outras, parece que foi em outra vida, não é?


Florence: Sim! Meu Deus, nós filmamos um pouco antes da pandemia se firmar. Parece outro mundo. Foi uma experiência incrivelmente mágica. Ser capaz de trabalhar com mulheres tão marcantes... Todas tinham uma energia muito especial. Eu me lembro de quando Anjelica Houston apareceu na gravação. Ela tem um estilo de andar extremamente especial, tão graciosa que é como se estivesse flutuando. Eu tenho um padrão de movimento mais desajeitado quando não estou no palco. Sou mais desastrada, vivo batendo em coisas na vida normal. Perco meu telefone e por aí vai.


Florence durante as gravações da campanha do Gucci Bloom Profumo di Fiori (foto sem crédito na matéria original)


Mas quando você está no palco, você tem um estilo tão gracioso! Eu me lembro de ver um show seu no Debaser Medis no início dos anos 2010 e fiquei hipnotizada pelo seu estilo no palco. É absolutamente fantástico, você é inigualável!


Florence: Sim, mas quando estou no palco eu posso me projetar e ficar mais graciosa. Eu quase me transformo em outra pessoa.


Como é a sua relação com as fragrâncias e o universo dos perfumes em geral?


Florence: Sempre me interessei muito por fragrâncias e perfumes. Em nossa última turnê, eu e a banda ficamos completamente obcecados pela criação de aromas. Nós frequentamos várias comunidades de perfumes e aprendemos tudo sobre notas de topo, meio e base e a criação de perfumes. Definitivamente é um vício melhor para se ter em uma turnê do que o álcool, por exemplo. O perfume pode ser uma forma de arte, eu sou fascinada pelo seu processo de criação. Fiquei realmente comovida por ser um dos rostos da Gucci Bloom , como fissurada em perfumes que sou. O Bloom é basicamente um perfume cremoso e atemporal com tuberosa e sândalo, que fica quente e com um "cheiro de pele" suave quando atinge a pele. Combina comigo e com minha personalidade ruiva britânica e tristonha.


Foto 1: Florence no universo de Alessandro Michele na Gucci. Foto 2: Florence e Anjelica Houston durante as gravações do comercial do perfume Gucci Bloom. Foto 3: Gucci Bloom é uma família de fragrâncias cremosas e florais.


Você já é um ícone da moda e tem um estilo próprio incrível, quase uma forma de arte em si.


Florence: Para mim, não se trata de ser uma viajante do tempo na forma de me vestir, mesmo amando peças vintage. Se eu tenho um vestido vintage, prefiro misturá-lo com sapatos mais modernos e assim criar um novo contexto. Então você cria sua própria era, e é isso que Alessandro faz com tanta maestria. A expressão estética nunca deve muito antiga ou muito moderna. O melhor é juntar os dois e criar algo completamente novo.


Você sempre teve um estilo próprio?


Florence: Ah, não sei ... Eu já tive muitos estilos e fases estranhas, sempre peguei o que encontrava no guarda-roupa da minha mãe, do meu namorado ou da minha avó. Mas, acima de tudo, sempre tive uma noção muito sólida do que realmente gosto. Sempre senti uma forte atração por determinadas roupas. Mas como eu disse, também tive fases em que mergulho de cabeça em um estilo. Como época em que namorei um cara que trabalhava em uma livraria e nós levamos o estilo bibliotecário a outro patamar, haha.


Eu te entendo, agora que estou com um cara que trabalha em uma livraria, também adotei totalmente o visual. O estilo vintage boêmio ainda aquece o seu coração?


Florence: Sempre adorei formas florais e onduladas, vestidos e peças esvoaçantes. Eu experimentei vários estilos, mas sempre adorei vintage. Às vezes, me afasto um pouco, mas sempre volto para ele. Quando era mais nova, eu sabia exatamente do que gostava, era mais intransigente. Mas à medida que fiquei mais famosa e comecei a aparecer mais em público, fiquei mais ansiosa, pensando como uma celebridade deveria ser. Usar muita maquiagem, usar roupas especiais, um estilo mais “exclusivo” ou sei lá como definir… Foi meio que uma lição. Eu perdi meu estilo próprio por um tempo, mas reeencontrei o que realmente gosto, sem concessões.


Fotos de Lekiewicz Ina


Mas você tem alguma roupa mais casual? Tenho muita dificuldade em imaginar você andando em casa de legging e moletom?


Florence: Haha, sim, entendo que seja difícil de imaginar, mas é claro que tenho esse tipo de roupa. Eu realmente usei o mesmo conjunto de suéter e calças confortáveis até gastar aqui em casa.


Acho que se arrumar deve ser o seu maior desejo, depois das campanhas para a Gucci. Acertei?


Florence: Exatamente! Eu quero muito me arrumar! Na verdade, às vezes eu me arrumo toda em casa, só para relembrar como é. Acho que encontrei meu estilo porque fazia muitas compras nas lojas de Londres quando era mais nova. E muitos dos cortes nas roupas de Alessandro para a Gucci são tirados dessa época, então me sinto muito "eu" neles.


Para fechar, qual é o melhor aroma do mundo?


Florence: Jasmim é mágico. Eu tenho no meu jardim. E o cheiro quando você sai de um avião e sente o aroma de uma nova cidade e toda aventura que a espera. Ah, quanto mais penso nisso, mais eu acho que é um dos melhores aromas do mundo. O cheiro de viagem. Meu Deus, quanta saudade!


Foto 1: Florence nos bastidores do comercial do perfume Gucci Bloom (sem crédito na matéria original). Foto 2: A família de perfumes Gucci Bloom é composta por três fragrâncias.

Foto 3: Anton Gottlob-Schoenberg


Créditos do ensaio fotográfico


Vestidos: Todos da GUCCI.

Fotografia; Ina Lekiewicz para a ELLE Rússia

Estilistas: Ekaterina Mukhina

Maquiagem: Sarah Reygate / David Artists

Cabelo: Leigh Keates / The Wall Group

Consultoria criativa: Aldene Johnson

Assistente dos estilistas: Leonor Carvalho

Produção: Aleksandra Parsadanova / 2DM production


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