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"Não tenho gênero quando estou no palco", diz Florence à Vogue Índia. Confira a entrevista

Ontem (25 de janeiro) a Vogue Índia publicou esta entrevista com a Florence, que finalmente falou de outros assuntos além de promover o perfume da Gucci. Uma parte do texto original pode ser lida aqui, mas a versão completa só saiu na revista. Leia nossa tradução logo abaixo da imagem. Lembrando que todos os direitos desta tradução estão reservados para o Site Florence Brasil.



Seguindo o fluxo da Flo


Fotos: Gus Van Sant


Conhecida pelos vocais potentes, pelas letras bem pensadas e pelo estilo que foge das convenções, a musicistas Florence Welch se abre com Megha Mahinru sobre as lições que aprendeu na vida.


Em abril do ano passado, o mundo estava em lockdown. Florence Welch, a líder de cabelos flamejantes da banda inglesa Florence + the Machine, lançou “Light of Love”, single inédito do álbum de 2018 High As Hope. A música foi lançada como “um pequeno sinal de amor” e para arrecadar fundos para os trabalhadores da linha de frente no combate à pandemia, além de conscientizar o público em relação à doença. “Eu queria dar as pessoas uma forma de conexão, e a música é mágica desse jeito,” diz Welch por e-mail.


Conhecida por usar a criatividade para abordar questões importantes, sua discografia tratou de abuso de substâncias (“Grace”), transtornos alimentares (“Hunger”) e alcoolismo (“Shake It Out”). Em lockdown, Florence usou seu status de usuária relativamente ativa do Instagram e aproveitou a plataforma para lançar a canção e sua versão acapella e também para organizar um projeto de poesia online. Depois, ela tentou escrever um livro infantil sobre o distanciamento social para sua sobrinha e, em novembro, lançou a versão em capa comum de Useless Magic, seu livro de letras de música, poesias e desenhos.


Diagnosticada com dislexia e discalculia, Welch já falava de temas importantes bem antes do lockdown, quando escreveu um texto para Creative Differences, ebook sobre diversidade lançado pela Universal Music em seu site. Antes dos aeroportos fecharem, ela viajou à Itália para filmar a campanha surreal da fragrância Gucci Bloom Profumo di Fiori, com um elenco fascinante composto pela atriz e diretora Anjelica Houston, a atriz e modelo Jodie Turner Smith e a estilista Susie Cave. Até no jardim encantado criado por Alessandro Michele (o gênio louco a cargo do design e direção criativa da Gucci), Welch parece interpretar a si mesma, uma deusa cativante. Mas em vez do arquétipo onisciente, ela está mais para a deusa caída, que divide suas lições de vida conosco.


UNIR OS TALENTOS

“Acho que preciso de todos os aspectos da minha criatividade [cantar, dançar, compor, escrever poemas]. Todos eles se unem. A poesia pode levar a uma canção e vice-versa. Além disso, a dança influencia boa parte dos meus shows. Mas, no fim das contas, é sempre uma questão de fazer álbuns e me apresentar ao vivo.”


SER ABERTA À MAGIA

“Fazer show na Acrópole, em Atenas, em 2019, foi uma das experiências mais mágicas da minha vida. Dava para sentir a energia dos antigos deuses e de milhares de anos de artistas que se apresentaram naquele palco. Em um determinado momento, uma coruja voou pelas vigas e nós torcemos para que tenha sido a deusa Athena que veio assistir a nosso show.”


ROMPER FRONTEIRAS E TER CORAGEM

“Meu estilo de performance sempre alternou entre masculino e feminino, mas como líder de banda eu acho que sentia uma pressão de superar meus colegas homens. Tudo o que eles fizessem, eu fazia mais. Você precisa ser completamente destemida. Tem que dominar a multidão com o que eu considero uma energia bem masculina. Mas eu me sinto sem gênero quando estou no palco. Às vezes estou num estilo suave e sensual e na próxima música estou mais agressiva. Não me considero uma ‘artista mulher’. Hoje em dia, a maior parte das músicas empolgantes são feitas por mulheres e pela comunidade queer. É algo lindo de se ver.”


ENCONTRAR PESSOAS COMO VOCÊ E INSPIRAR-SE NELAS

“Eu amo tanto o Alessandro... Acho que nunca encontrei alguém com uma estética tão alinhada com a minha (sim, quando aqueles mocassins peludos saíram, até eu fiquei confusa, mas agora não consigo mais viver sem eles). Eu amo roupas antigas, então o estilo “vintage com toque futurista” dele é perfeito para mim. Alessandro pega as coisas lindas do passado, mas está sempre olhando para o futuro em termos de ética e sensibilidade. Ele também é a alma mais gentil e romântica que já conheci. Nós dois amamos a beleza, mas há sempre um elemento sóbrio e estranho nela. Nada é bonito ou doce demais. Nada é excessivamente do passado ou do futuro. É esta contradição que realmente nos une na arte.”


APRECIAR A BELEZA DOS SENTIDOS

“Criar uma fragrância é uma espécie de bruxaria, como fazer uma poção, e o aroma é um feitiço que você joga em torno de si. Eu amo elementos de incenso e misturaria um óleo de rosas da coleção The Alchemist’s Garden da Gucci com ele. O Gucci Bloom tem um aroma floral com um calor e profundidade, como um floral branco antigo, mas com uma pegada mais sombria e quente, como jasmim desabrochando no calor do verão. Como todas as criações do Alle, é marcante e lindo.”



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